Uma tuga em Barcelona

A vida de uma emigrante entre Barcelona e Madrid e outras histórias!

sexta-feira, junho 30, 2006

Palestina

As ultimas noticias que nos chegam da Palestina têm-me feito pensar num filme que vi recentemente - Paradise Now (ganhou o Oscar para o Melhor filme estrangeiro).
Esperavam filme violento, com morte, explosões, etc, etc... E não é assim, mostra um ponto de vista completamente diferente e deixa-nos com sentimentos inesperados (ou pelo menos a mim). É um filme forte mas não pelas imagens senão pelos sentimentos que desperta. Um argumento excelente e um Oscar completamente merecido. A não perder.

sábado, junho 24, 2006

O Diário de Anne Frank

Gosto sempre mais dos livros que leio se lhes encontro algum “factor de empatia”; o tema, o local que serve de cenário, o autor, etc... Estou absolutamente convencida que podes adorar ou detestar um livro dependendo do momento em que o lês. O “timing”, como em tudo na vida, é muito importante quando se lê um livro.

Nesta ultimas semanas li o Diário de Anne Frank. Acho estranho só agora o ter lido, talvez porque o associe a um livro típico da adolescência, mas ainda bem que assim foi.
Primeiro porque o leio depois de ter estado em Amesterdão o que permite reconhecer o enquadramento da acção. Curiosamente, quando lá estive, fiquei na casa de um amigo que vivia em Prinsengracht, muito perto do nº263 onde ainda hoje se preserva o esconderijo de Anne Frank.
Por outro lado creio que há uma segunda leitura “menos evidente” que possivelmente não teria apreciado há uns anos atrás.

O Diário não surpreende pela sua qualidade literária, apesar de ser bom para a idade da autora, mas sim pelo seu valor histórico-social. Além do evidente interesse como documento histórico da guerra, mostra as semelhanças entre as preocupações de uma adolescente dos anos 40 e as que tivemos nós próprios 50 anos mais tarde. Relata as tensões derivadas da convivência entre 8 pessoas fechadas numa casa (“Big Brother” diz-vos algo?) agravada pela tensão dos tempos de guerra e dá mostras de uma modernidade (de Anne) que a mim me surpreendeu.

Anne escrevia a 5 de Abril de 1944 sobre os seus sonhos de se tornar escritora:
“Além de um marido e filhos, necessito outra coisa a que dedicar-me. Não quero ter vivido em vão como a maioria das pessoas. Quero ser de utilidade e dar alegria aos que me rodeiam mesmo que não me conheçam. Quero continuar a viver depois de morta” (tradução minha a partir da edição espanhola).

Depois de 2 anos fechados na “casa de trás”, Anne e os outro 7 escondidos foram delatados e detidos a 4 de Agosto de 1944 quando as forças aliadas começavam a ganhar território aos nazis. Anne morreu em Março do ano seguinte poucas semanas antes do campo de concentração onde se encontrava ter sido liberado.

Mal sabia que os seus desejos se acabariam por cumprir, seguramente de uma forma distinta àquela que sonhava, mas com mais projecção do que a que possa ter ambicionado.


Para saber mais AQUI

sexta-feira, junho 23, 2006

Ora venha lá o Verão

Ontem foi o primeiro dia oficial do Verão... Eu não sei como andam as coisas na Tugalândia (eu estive aí a finais de Maio e já fazia bastante calor) mas devo dizer que em Madrid o Verão já chegou "ó tempo". Esta semana tornou-se mesmo insuportável. O pequeno caminho que faço do trabalho aos restaurantes onde vamos almoçar (uns 50 metros no máximo) parecem a travessia do deserto!!
Depois, às 5as (como hoje) ou 6as chego a Barcelona e no momento em que ponho o pezinho fora do avião, ainda no finger...levo um bofetão da humidade... ufffff... Mas pelo menos aqui (Barcelona) sempre refresca pela noite e se a coisa tiver muito mazinha atravesso a estrada e vou à praia dar um mergulhinho (eh eh eh).
Qual alteração climática, qual Kioto... isto é sempre a aviar!

quarta-feira, junho 21, 2006

Herman Sic

Às vezes já nao sei se sou eu que me "independentizei" da nossa identidade nacional ou que... Sou a unica a achar que o HErman Sic tá do piorzinho que este pais produz??
No domingo passado vi 5 minutos e nao consegui aguentar mais.

Duas cenas absolutamente surrealistas: o Herman a dizer a un cantor brasileiro "Você sabe que sou um mito (se nao foi esta a palavra foi muito parecida)na Australia?" E volta a repetir.. e eu a esperar que fosse a brincar... uma gargalhada...nao, nada.. Era mesmo a sério!!!
Passamos ao segundo acto, lá despede o cantor e resulta que um miúdo do publico faz 14 anos (pertencia a um grupo de capoeira que estava a assistir ao programa). O Herman aproveita para mostrar os seus dotes vocais (nao ia perder essa oprotunidade) e vai buscar champanhe para brindar com o catraio (atençao: 14 anos, alchool, televisao). Os colegas da capoeira a fazerem sinais que ele nao bebe mas o Herman tá-se a lixar, continua a envergonhar o rapazolas com uns comentarios tontos e lá lhe serve o champanhe. O miúdo mostrou ter mais bom senso que ele, lá brindou mas nao bebeu (que se visse).

Pergunta: o velho Herman Enciclopedia, o Serafim Saudade... onde andam??... Isto de "ficar louro" tem as suas consequencias!

domingo, junho 18, 2006

Referendo Catalão

Acabo de ver a reportagem na RTP1 sobre o referendo estatutário Catalão e deixou-me a pensar em quantas notícias terei visto acreditando fielmente no que me diziam quando, na verdade, estariam a cometer erros o omissões.
A tradução errónea de 2 ou 3 palavras muda o sentido de frases e ideias. E para ajudar à credibilidade, a jornalista (que é correspondente em Madrid) nem sabe pronunciar o nome da cidade catalã onde se encontra a fazer a reportagem.
Pelo menos fizeram uma reportagem porque, em Espanha, ou há uma grande catástrofe ou nem sei o que se passa aí. Graças a deus pela TV Cabo por satélite ; )

E para quem viu, Puigcerdà (a dita cidade, bastante recomendável para alojar-se em temporada de esqui) pronuncia-se "Putcherdá".

sexta-feira, junho 16, 2006

SÓNAR

Vive-se o ambiente do SÓNAR na cidade. Hoje quand aterrei em Barcelona viam-se imensos extrangeiros todos muito cool com os seus maxi-óculos de sol, cabelos meticulosamente "despenteados", t-shirts alusivas a grupos de musica, festivais, etc

Este ano vem um DJ tuga... Se for ver algum concerto logo conto (nao é muito provavel porque já está quase tudo esgotado).

quinta-feira, junho 15, 2006

Barcelona multa banhistas que entrem no mar com bandeira vermelha

Ora bem, para quem não conhece, o presidente da Câmara de Barcelona, pode parecer um simpático homem. É provável que o tenham visto nalguma reportagem há uns tempos a falar do Forum das Culturas 2004.
Este senhor além de manias megalómanas de desenvolvimento urbano e especulação imobiliária, como o caso do Forum, e de mil e umas coisas mais, obsecionou-se com o (in)civismo que "assalta" a cidade.
Montou un sistema de multas sob o nome de "ordenação cívica", multa-se por fazer xixi na rua, por prostiuir-se, por beber bebidas alcoólicas, etc, etc...

A última foi extender este sistema às praias.
Entrar na água com bandeira vermelha e ser caçado dá “direito” a uma multa entre 750 e 1.500 euros. Giro não... Ele é cinto de segurança, ele é capacete e agora até nos tiram a banhoca com bandeira vermelha. Como nos protegem... É que nós nao nos sabemos proteger. Aquela emoção de ver se tens mais força que a corrente, se consegues voltar à praia, se podes continuar a engolir água salgada... Tudo isso... JÁ ERA!! E surf nem falar; deve ser um desporto anti-cívico que nao merece ser praticado nas praias urbanas de BArcelona.

Continue assim Sr. Clos, acho que ganhará as próximas eleiçoes (e eu voto nas municipais hi hi hi).

quarta-feira, junho 14, 2006

Um apelo

A minha principal "leitora" tá com o PC "marado"... Sei de uma pessoa que podia dar uma ajudinha para solucionar este problema. Pleaseeeee!!

sexta-feira, junho 09, 2006

Só somos simpáticos com os "camones"?

Desde que estou em Espanha comparo muito a forma como se conhecem pessoas nos dois paises. O contacto social é indubitavelmente mais fácil aqui que em Portugal. É muito comum 2 grupos diferentes “meterem conversa” num bar por exemplo (e não falo de engate) enquanto que aí geralmente cada grupo é mais fechado sobre os seu membros.

Ora aqui vêm as excepções – os estrangeiros e outros tugas fora do país. Eu explico:
1)Todos, absolutamente todos os estrangeiros que conheço que tenham visitado Portugal acham que os portugueses são simpatiquísimos
2)Quando encontras portugueses fora do pais, costuma haver uma ligação imediata e se não fazes uma amizade para a vida inteira, pelo menos passas uns minutos de indiscutível cumplicidade

Pois esta noite, estava eu no ginásio a mudar de roupa ouço duas tugas na conversa com uma das professoras que casualmente falava um português excelente com um dos melhores sotaques que algumas ouvi da boca de um espanhol. Mas isto não interessa nada.
A questão é que elas estavam a ser muito simpáticas. Acabada a conversa, dirigi-me a elas para perguntar se eram de uma empresa próxima onde trabalham outros amigos tugas. Responderam que não bla bla... mas foram tão frias que até uma amiga espanhola que me acompanhava ficou chocada.

Eu já me tornei espanhola nisto do “meter conversa” sem ter vergonha nenhuma, talvez seja exagerada a minha reacção mas permitam-me criticar. Também critico muitos costumes aqui da terra com não respeitar filas, dar empurrões pela rua, supermercado etc. Desta vez cabe um pouco de autocrítica como povo anti-social entre nós próprios. Como dizia o outro... Não havia nexexidadeje!!!

sexta-feira, junho 02, 2006

Adéu, senyors Iberia, adéu

Este é só para os que entendem catalao mas na dava pa traduzir (tentem ler de qualquer forma ; )

by Iu Forn (autor do artigo publicado dia 1/6/2006 no jornal AVUI)

Iberia ha anunciat que vol eliminar la majoria de rutes que surten de BCN.
Diu que no li són rendibles. Molt bé. Un cop recuperats del gran disgust,la pregunta és: i?

Aquí passa com amb el famós exemple de l'aparcament (bé, això de famós ho he posat jo perquè li dóna una mena de serietat a la cosa, ja que l'exemple de l'aparcament me l'acabo d'inventar ara mateix).

Imaginem un aparcament al centre de BCN on un senyor (o senyora) hi guarda l'utilitari perquè resulta que el cotxe bo el té en un altre aparcament (Barajas). Imaginem que el senyor (o senyora) guarda la seva merdeta d'utilitari a la millor plaça, la més gran, en què no hi ha columnes i que és la que està més a prop de la sortida. I suposem també que té aquesta plaça privilegiada perquè ja hi aparcava quan només estava permesa l'entrada a un sol vehicle, que casualment era el seu. Bé, doncs, ara imaginem que aquest usuari diu que partir d'ara només vol aparcar a BCN
una moto (el pont aeri) perquè a Madrit li han posat una catifa vermella i li fan massatges als peus cada cop que entra amb el cotxe (digui-li nova terminal faraònica que hem pagat entre tots). Però abans de marxar pretén deixar la plaça al seu fill (el fill és una nova companyia de baix cost i a plaça són els slots de què disposa ara) i diu que repartirà l'espai entre la moto i un cotxe d'aquests que pots conduir tenint llicència de ciclomotor.

Bé, doncs, un cop suposat tot això, oi que és claríssim el que ha de fer el senyor aparcador?: 1) buidar demà mateix la plaça, que hi ha uns quants usuaris desitjant ocupar-la amb cotxes que ni ratllen les columnes ni deixen el terra ple de taques d'oli; 2) enviar el seu fillet a buscar una plaça al segon soterrani, i 3) ficar-se l'utilitari on li càpiga.

Adéu, Iberia, adéu. Et diem adéu amb les manetes i si cal també amb les orelletes, que té més dificultat però queda molt més entranyable.

15 dias a voar

Num momento de seca, hoje no vôo de Madrid a Barcelona, pus-me a calcular quantas hora já passei num aviao... Cheguei a uma conclusao surpreendente: já passei uns 15 dias no ar!!

Barcelona vista do céu!

Aterrar em Lisboa é uma experiência diferente. Como diz um amigo meu daqui "até vês as senhoras a estender a roupa". Passas mesmo pertinho dos telhados lisboetas.
Ver Barcelona do céu também é giro. Passas muito mais longe mas ves o mar e podes distinguir as quadriculas do Eixample cortadas pela Av. Diagonal, a Sagrada Família e a Torre Agbar... Hoje até consegui distinguir a quadriculazinha onde fica a minha casa!
Click aqui - Barcelona a vista de pássaro